Campari Rock BH
Desta vez não dei bobeira e vou logo contando como foi a edição mineira do Campari Rock, ontem, com shows do Digitaria, The Cardigans e Gang Of Four.
Em um hiper resumo, os shows seriam descritos assim:
Digitaria: mediano. Uma espécie de Montage sem graça ou uma P.U.T.A. mais electro, tocando para alguns poucos frequentadores da Up! que rebolavam na frente do palco.
The Cardigans: ótima apresentação, baseada no último e melhor álbum da banda, Super Extra Gravity. Rock pop fofo, simpático e competente.
Gang Of Four: sem dúvida o show mais animado da noite. Os tiozinhos ainda têm bastante fôlego, inclusive para mandar a “dança do macaco” durante todo o show. Em certo ponto o som chegou a ficar um pouco repetitivo, mas só de ver o pessoal tão animado (público e banda) você simplesmente se deixava entrar no clima e aproveitar o anfetamínico show da banda.
Pronto. Agora posso desandar a escrever bobagens até retornar aos shows em si no fim do texto.
Muita gente dizia que o Campari Rock em Belo Horizonte seria um fracasso, que não teria público, etc. A meu ver, não foi um festival (dá para chamar 3 shows de festival?) super bem sucedido, mas de longe também não foi um fracasso. Pouco mais da metade da pista do Chevrolet Hall estava cheia e alguns gatos pingados se espalhavam pelas arquibancadas, enquanto algumas pessoas, acreditem, até “assistiam” aos shows dos banheiros! (sim, é verdade, mas não me pergunte detalhes...).
Agora, um dos momentos mais incríveis me aconteceu pouco após entrar e pegar minha dose gráis de Campari com energético. Ao fundo da pista, enquanto o Digitaria começava seu show, Ele, uma das maiores lendas da música mundial, passava ao meu lado, com um longo e cinematográfico sobretudo, acompanhado de duas mulheres rumo a arquibancada. Ele, o ídolo de Wayne Coyne, Beck e Kurt Cobain, o homem que pulou do 3º andar de um prédio e não morreu, o amigo do Lobão e do John do Pato Fu, o cara que comia a Rita Lee quando ela ainda era comível, um dos responsáveis pela maior banda brasileira de todos os tempos, o homem que...bem, chega! Ali estava Arnaldo Baptista, membro da antológica banda Os Mutantes, que retornou este ano para alguns shows na Europa e Estados Unidos.
Por um breve momento fiquei imóvel, sem conseguir pensar. Apenas acompanhava com os olhos aquela personagem história se mover com dificuldade até a arquibancada. Até que um solitário pensamento me vem à mente: “se eu pudesse vender momentos, este me renderia uma boa grana”. Ah, sim, o capitalismo. A vida se resume a isto.
Acabado o momento Caras-junkie-hippie, voltemos à música.
Digitaria é um dos grupos mais falados da cena electro rock brasileira e também um dos que obtém maior destaque no exterior, mesmo que entre um público extremamente restrito (à cena electro underground). Ao vivo o mini-hype em torno da banda não se justificou. Mesmo durante a curta apresentação na abertura da edição mineira do Campari Rock, foi difícil para a banda empolgar o público, com exceção de meia-dúzia de frequentadores da Up! já citados anteriormente.
Porém nada disso parecia alterar o hiper afetado vocalista da banda, pulando como um macaco durante todo o show vestido apenas de uma cuequinha apertada (ui!), mesmo durante as partes calmas das músicas. Que bom que ao menos ele se anima...
Sobre o Cardigans, uma coisa importantíssima precisa ser dita: a vocalista Nina Person é a cara da Kirsten Dunst, a "namorada" do Homem-Aranha. Sério.
E sobre o show? O baixista de feições rechonchudas é a simpatia em pessoa, Nina Person é uma das pessoas mais brancas que já vi e o guitarrista fez a alegria das meninas, com seu terno de bolinhas e o topete armado.
A banda é competente no palco e tanto as músicas do Super Extra Gravity quanto as do Gran Turismo funcionam muito bem ao vivo. Tirando o mega hit Lovefool, os momentos de maior empolgação foram em I need some fine wine and you, you need to be nicer, Godspell, Hanging around, Erase / Rewind e no final irrepreensível com My favourite game.
Já a apresentação do Gang of Four pode ser resumida em 4 tópicos, sem mais explicações:
* dança do macaco
* pós punk
* distorção
* Damage Goods
Simples de imaginar, não?
Ps.: Campari tem gosto de novalgina.
3 comentários:
voltarei.
bah, eu não fui pq não escuto mto as bandas =/
digo mais pelo gang of four mesmo
é isso aí galerinha!
vcs não perdem por esperar!
o palhaço mazza volta logo, viu?
todo mundo voltou meio extasiado desse shou do guengofó. e eu fiquei com aquela pontinha de inveja por ter perdido. mas você, marcelo, você eu quero matar de belisco. você viu o arnaldo batista, gentch. 'O' cara. E NEM TIROU UMA FOTO!
[lara paga pau]
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